“Às vezes sabes sinto-me farto por tudo isto ser sempre assim Um dia não muito longe não muito perto um dia muito normal um dia quotidiano um dia não é que eu pareça lá muito hirto entrarás no quarto e chamarás por mim e digo-te já que tenho pena de não responder de não sair do meu ar vagamente absorto farei um esforço parece mas nada a fazer hás-de dizer que pareço morto que disparate dizias tu que houve um surto não sabes de quê não muito perto e eu sem nada pra te dizer um pouco farto não muito hirto e vagamente absorto não muito perto desse tal surto queres tu ver que hei-de estar morto?”

— Ruy Belo, “Homem de Palavra[s]”